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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

8 de Novembro

Meu irmão da rua, envergonho-me das vezes em que te ignoro, de entre as tantas que nos cruzamos. Já soube o teu nome, mas não liguei e esqueci-me. Sou igual a ti, mas por vezes ajo como se fosse superior, e é nesses momentos que me torno miserável. Fico arrogante, encho os pulmões de ar, mas eles não aguentam muito tempo, o ar escapa-se, e eu volto a ficar a nu, como tu. Às vezes tenho um aspecto mais arranjado, e cheiro melhor porque tive a oportunidade de tomar um banho de água quente em casa, neste dia frio de Inverno. Mas de que me serve ter mais músculos, mais beleza aparente, e mais cursos universitários que tu, meu irmão... se tu vês Cristo em mim e eu nem reparo que Ele está em ti? Faltam-te pernas, mas tens as asas da liberdade e voas. Já eu, tenho as duas pernas: uma em cada grilheta. Assim que eu vir Deus em ti, talvez te preste mais atenção e aprenda algo. Pode ser que me ajudes a ser uma pessoa melhor.

Quando alguém nos pede uma coisa, não lhe estamos apenas a fazer um favor... é que, na verdade, precisamos mesmo um do outro.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

7 de Outubro

A vaidade faz-nos ajudar os outros a pensar em nós, não tanto por amor ao próximo mas para nossa satisfação pessoal. A vaidade centra as questões na nossa performance e não no bem comum. O nosso ego fica no meio, e daí vêm as palavras egoísmo e egocentrismo. Ocupamos tanto espaço em nós e fora de nós, que os outros quase não cabem na nossa vida diária, nem Deus. Eis um excerto de José Eduardo Agualusa que ilustra bem como pode ser a vaidade. O centro da questão não é o próximo, nem o seu problema. O centro passei a ser "eu, eu, e eu"... e só depois de mim é que vem o outro, quem de mim precisava.

Li a folha, fingindo um espanto que não sentia:
- Falaste com mais alguém?
- Não, professor, não falei. Não tive coragem de falar com mais ninguém. Imagina como reagiria a minha chefe? Não sei o que fazer. Só o professor me pode ajudar.
- Eu?! E porquê eu?...
- Ora, o professor sabe muito bem porquê.
Claro, eu sabia porquê, mas queria ouvi-la dizer. Sou vaidoso. Sempre fui. Em jovem, padecia de um indisfarçável narcisismo. Gostava de espelhos. Os espelhos gostavam de mim. Agradava-me posar para a objectiva das máquinas fotográficas. Depois, à medida que fui envelhecendo, passei a procurar outro tipo de espelhos. O espelho de um intelectual é a sua audiência. Uma sala cheia de alunos transforma-se, para um intelectual vaidoso, num magnífico salão de espelhos. Iara viera à minha procura porque eu fora o melhor professor que tivera em toda a vida.

José Eduardo Agualusa, in "Milagrário Pessoal"

terça-feira, 15 de junho de 2010

14 de Junho

Rezar e um design factorial 2x2:

Eu sou a Matilde, e rezo com gente ao lado, para que me vejam
Eu sou o Horácio, e rezo com gente ao lado, porque não é porque está ali mais gente que vou deixar de o fazer!

Eu sou o Jeremias, e rezo sozinho porque tenho vergonha que me vejam a rezar
Eu sou a Alice, e rezo sozinha para saber que o faço para Deus, e não para os outros.


...Quem diz rezar, diz fazer algo bem feito e/ou que nos custe. Parece que o que importa, independentemente de estarmos sós ou acompanhados, é sabermos para quem fazemos aquilo: Para nós, para que (não) nos vejam, ou para Deus?

domingo, 23 de maio de 2010

23 de Maio

O que seria de nós sem o Espírito Santo?
Cabides de roupa, vaidosos, pecadores sem perdão, soberbos: eis o que seria de nós sem o Espírito Santo, Aquele que nos enche as medidas de amor, e nos faz transbordar para os demais.
Graças a Deus que podemos receber o seu Espírito Santo, que nos ilumina o caminho e nos ensina a Amar!