segunda-feira, 8 de novembro de 2010

8 de Novembro

Meu irmão da rua, envergonho-me das vezes em que te ignoro, de entre as tantas que nos cruzamos. Já soube o teu nome, mas não liguei e esqueci-me. Sou igual a ti, mas por vezes ajo como se fosse superior, e é nesses momentos que me torno miserável. Fico arrogante, encho os pulmões de ar, mas eles não aguentam muito tempo, o ar escapa-se, e eu volto a ficar a nu, como tu. Às vezes tenho um aspecto mais arranjado, e cheiro melhor porque tive a oportunidade de tomar um banho de água quente em casa, neste dia frio de Inverno. Mas de que me serve ter mais músculos, mais beleza aparente, e mais cursos universitários que tu, meu irmão... se tu vês Cristo em mim e eu nem reparo que Ele está em ti? Faltam-te pernas, mas tens as asas da liberdade e voas. Já eu, tenho as duas pernas: uma em cada grilheta. Assim que eu vir Deus em ti, talvez te preste mais atenção e aprenda algo. Pode ser que me ajudes a ser uma pessoa melhor.

Quando alguém nos pede uma coisa, não lhe estamos apenas a fazer um favor... é que, na verdade, precisamos mesmo um do outro.

3 comentários:

  1. lindo antónio! pura verdade!!!

    bjs Aninhas

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  2. Obrigado pelo texto Caro António! És o maior!


    Gd abraço
    Pi

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  3. Lindo, lindo, é chegar aqui e ter duas grandes pessoas a escrever, de quem tenho a honra e o privilégio de ser muito amigo. Aninhas, Pi, vocês sim são os maiores!

    Abraços,

    AVC

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