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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

24 de Dezembro

No outro dia vi na televisão o director de comunicação dos CTT Correios a falar dos milhares de cartas que as crianças portuguesas escrevem no Natal a pedir presentes, seja ao Menino Jesus, seja ao Pai Natal (o nosso São Nicolau). No fim, esse senhor quis resumir esta época festiva a um simplista sound bite: "Natal é magia".

Claro que o sentido que o director dos CTT quis dar à expressão "Natal é magia" era que o Natal tem um encanto especial, que os presentes embrulhados são surpresa, e que há um mistério que provoca ânsia e adrenalina pela descoberta das novidades. Agora, o "Natal é magia"? Não. Antes pelo contrário, o Natal de Jesus Cristo trouxe o fim da magia!

Os Magos que vieram do Oriente (magos!), seguiram a estrela (astrologia!), trouxeram ao Menino Jesus presentes dignos de Deus, de Rei e de Homem, adoraram-n'O (reconhecer em Cristo a Verdade e o poder de Deus) e voltaram às suas terras por outro caminho (e não o antigo caminho, o da magia e das superstições). Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Com Ele acaba-se o poder das trevas.

O Natal não é magia, não. O Natal é um encanto, verdadeiro, pelo mistério do amor de Deus que se fez Homem para nos salvar. Diz-se que a magia e as superstições são coisas do diabo, e até são, no sentido em que nos aprisionam, nos tornam mais escravos, escravos de crenças e do acaso. Já a Verdade, liberta.

Deus libertou-nos de várias prisões, entre elas a da magia e das superstições. E mesmo que tenhas ainda algumas batalhas a travar dentro de ti, não te esqueças que tens Deus sempre ao teu lado e que só Ele basta para poderes vencer.

domingo, 12 de setembro de 2010

13 de Setembro

Quem busca a verdade, só pode ter esperança e confiança em Deus. Também só assim é que é possível construir alguma coisa de bom. Quem não quer buscar e encarar a verdade de frente, vive alienado e perde o sentido da realidade. Descola do chão e por isso começam os trambolhões, as dificuldades, o sem-sentido. Construimos um mundo de sonhos e utopias, afastamo-nos do real, vivemos desligados do mundo.
Depois, ou se foge, ou se esconde.
É talvez falta de humildade, isto de pensar que o nosso mundo imaginado é melhor que o mundo imaginado e criado por Deus. É falta de humildade, de confiança, e preguiça de aprender a tirar proveito do que nos rodeia (coisas não "boas e más", mas "fáceis e difíceis") para crescermos na santidade e sermos felizes. Deus não só nos deu a vida que temos, como nos dá todos os dias tudo o que precisamos para sermos melhores cristãos, mais felizes, a caminho do Céu. Pode parecer óbvio dizer isto, mas para aprendermos com a realidade do dia-a-dia, precisamos de nos manter na real. Com esperança e confiança em Deus, encarando a sua Verdade de frente e sem medos. Porque tal como li num romance moçambicano, há pouco tempo...:


- Mas não lhe resta nenhuma esperança, mano Silvestre?
- Esperança? O que perdi foi a confiança.
Quem perde esperança foge. Quem perde confiança esconde-se.

Mia Couto, in Jesusalém

sábado, 21 de agosto de 2010

20 de Agosto

Há dois tipos de medo: aquele que, prestes a saltar de pára-quedas, nos faz verificar que tá tudo certo com a mochila, e só depois saltamos (e que é bom), e aquele que, mesmo tendo verificado tudo, nos paralisa. Para resolver este último há quem conte até três e depois peça um empurrão.
Ajuda às vezes pedir a Jesus que nos empurre, e que empurre mesmo quando não estamos a pedir. Receber um empurrão que não pedimos, no momento assusta, mas depois sabe muito bem!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

27 de Junho

Faço o bem porque amo a Deus, e evito o mal porque O temo. O "temor de Deus", que tantas vezes aparece nos dois testamentos da Bíblia, não é contrário ao amor, antes o complementa. O amor é aquilo que temos de mais forte, mas não deixa de ser frágil, porque somos humanos e não perfeitos. Só o amor de Deus por nós é perfeito e completo. Nós "apenas" O tentamos amar o melhor que sabemos, e nunca o conseguimos de uma forma perfeita, pelo menos enquanto estamos aqui na Terra. Para amá-Lo melhor, precisamos de confiar e sermos fiéis tanto quanto conseguimos. O "temor a Deus" mantém-nos alerta e conscientes, mantém-nos firmes na rocha dura, forma-nos na fidelidade e na confiança. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas, e cada vez mais... mas devemos também "temer a Deus" e ter a humildade de reconhecer que não O conhecemos completamente, e de confiar n'Ele sempre que nos surpreende - tantas são as vezes que Ele nos troca as voltas...! Temos de ser conscientes que o "temor de Deus" não é aquele medo que nos prende os movimentos, antes pelo contrário, é a capacidade de nos surpreendermos e espantarmos com as dimensões de Deus que não conhecemos e, logo a seguir, animados pela confiança que temos em Deus, metermos as mãos à obra para O servirmos e amarmos com toda a fidelidade.
Como dizia São Paulo: «Trabalhai com temor e tremor pela vossa salvação. Pois é Deus quem, segundo o seu desígnio, opera em vós o querer e o agir» (Filipenses 2,12-13).

terça-feira, 1 de junho de 2010

31 de Maio

Será que as obrigações são uma coisa chata?
Podem ser ou não. Geralmente são parte das consequências quando assumimos um compromisso, seja ele qual for.
Antigamente talvez se falasse mais em compromisso porque as coisas não eram descartáveis. Nem as pessoas. Nem os valores.
Hoje tudo é descartável: As coisas, as pessoas, os valores. Às vezes até a própria religião.
Assumir um compromisso pode ser difícil, mas desconfio que seja a única maneira de realmente nos movermos por alguma coisa. Sem isto, a nossa vontade fica igual a um tronco no mar, a ir com as correntes e os ventos de cá para lá.

Mais vale fazer desse tronco um barco em que se reme, umas vezes mais facilmente a favor da corrente, outras de modo mais cansativo e exigente a combater ventos, e se necessário, tempestades. No fim, valeu a pena, e as obrigações cumpridas não deixaram arrependimento: Tornaram real o compromisso.

sábado, 10 de abril de 2010

10 de Abril

"Não tenhais medo! Abri, ou melhor, escancarai as portas de Cristo!"
João Paulo II

segunda-feira, 1 de março de 2010

28 de Fevereiro

Noutro dia um padre contou que a expressão "não tenhas medo" aparece na Bíblia 366 vezes. É uma para cada dia do ano, e ainda sobra uma para os anos bissextos!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

24 de Fevereiro

O PEIXE E O MAR (Nós e Deus)

"Uma vez pediram a um peixe para falar do mar.

- Dizem que é muito grande o mar - respondeu o peixe - Dizem que sem ele morreríamos. Não sou o peixe mais indicado para falar do mar. Eu, do mar, o que conheço bem são só estes dez metros à superfície. É só deles que vos posso falar. [...] No meu cardume não se fala do mar. Fala-se das algas, das rochas, das marés, dos peixes grandes e perigosos, dos pequenos e saborosos e de que temperatura fará amanhã. O meu cardume é assim: eles vão e eu vou atrás deles.

- Mas tu, que és peixe, nunca sentiste o mar?

- Creio que o sinto, às vezes, ao passar-me pelas guelras. Uma vezes sinto-o, outras não. Às vezes sinto-o quando não me distraio com outras coisas. Fecho os olhos e fico a sentir o mar. Isto tudo de noite, claro, para que os outros não vejam. Diriam que sou louco por dar tempo ao mar.

- Conheces o mar, portanto. Podes falar-nos do mar?

- Sei que é grande e profundo, mas não vos quero enganar. [...] Eu nunca desci muito fundo. Bem, talvez uma ou duas vezes... Um dia as ondas eram tão fortes que eu tive de me deixar levar muito fundo, para não morrer. Nunca lá tinha estado e nunca esquecerei que lá estive. [...]

- Foi mau, quando desceste? Porque voltaste à superfície?

- Não foi mau, foi muito bom. Havia muita paz, muito silêncio. Era como se fosse lá a minha casa, como se ale eu estivesse inteiro.

- Porque não voltaste lá ao fundo? Por preguiça?

- Às vezes acho que é preguiça, outras vezes acho que é medo.

- Medo? Mas tu não disseste que era bom? Medo de quê?

- Medo do desconhecido, medo de me perder. Aqui à superfície já estou habituado. Adquiri um certo estatuto para mim mesmo. Controlo as coisas ou, pelo menos, tenha a sensação de as controlar. Lá em baixo não sei bem o que me pode acontecer. Estou nas mãos do mar.

- Tiveste medo, quando chegaste ao fundo do mar?

- Não tive medo algum. Era tudo muito simples... E no entanto agora tenho medo... Mas eu não cheguei ao fundo do mar! Apenas estive menos à superfície.

- E que dizem os outros que lá estiveram?

- Dizem coisas que eu não entendo. Dizem que é preciso ir para perceber. E dizem que nada há mais importante na vida de um peixe.

- E explicaram como se vai?

- Aí é que está. Explicam que não se chega lá por esforço, que só podemos fazer esforço em deixar-nos ir. Que é só o mar que nos leva ao mar.

Então veio uma corrente mais forte que o fazia descer. O peixe tentou lutar contra ela com quantas forças tinha, à medida que via distanciarem-se as coisas da superfície. Talvez para sempre... Mas depois fechou os olhos, confiou e já sem medo deixou-se ir."

Nuno Tovar Lemos, in "O Príncipe e a Lavadeira"

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

23 de Fevereiro

Há duas maneiras de fazer um burro andar na direcção correcta: incentivando-o com uma cenoura, ou batendo-lhe com um pau. Só assim é que o burro vai para onde queremos, sempre que queremos.

Também nós, humanos, temos a nossa cenoura e a nossa paulada que nos fazem seguir o caminho certo. A cenoura é a promessa do Céu, que começa já aqui. A paulada é o medo do Inferno, sempre ameaçador.

A nossa fé deve-se orientar para o Céu. É claro que devemos ter presente a realidade do Inferno, para não nos desleixarmos no caminho. Mas é no Céu que devemos pôr os olhos. Triste do burro que anda só pela paulada, e que tal é o medo que nem sequer repara nas maravilhas que lhe são postas diante dos olhos...

O grande desafio está em lutar pelo Céu (certamente renunciando ao Inferno), e experimentar aqui, já, hoje, um bocadinho daquilo que um dia será a nossa felicidade no Céu, junto do Pai. Vamos! Não há tempo a perder!