quinta-feira, 11 de novembro de 2010

11 de Novembro

O Evangelho de ontem, Quarta-feira, falava daqueles dez leprosos que iam, a mando de Jesus, a caminho de um templo e de repente ficaram curados. Destes dez, só um voltou atrás para agradecer.

Pensava de mim para mim: porque é a gratidão (para São Lucas, pelo menos) tão importante? Porque é que não chegou para aqueles dez leprosos pedir uma cura e por-se a caminho como lhe foi mandado?

A questão aqui não é a da cura física, mas a da ingratidão destes dez homens, que deixaram de ser leprosos mas não se tornaram realmente homens, porque não deixaram que entrasse dentro de si o que de mais interior trazia esta cura exterior. Tiveram lepra e ficaram curados, mas continuaram o caminho para longe de Jesus, como se nada tivesse mudado, porque nada mudou realmente. O milagre da cura não está nestes nove, mas sim naquele outro homem que voltou atrás para agradecer a Jesus e "louvar a Deus em altos brados": porque este, sim, percebeu o quanto lhe tinha sido dado e como era ao mesmo tempo estranho e maravilhoso este milagre. E face à misericórdia e ao amor deste Homem, Jesus, como não voltar atrás e alegrar-se em alta voz? Quase que posso adivinhar que nada na vida deste homem foi jamais igual.

A gratidão é liberdade. Liberdade para amar. Liberdade para ser quem eu sou porque tudo me foi dado. Gratidão para deixar que tudo, difícil ou fácil, entre dentro de mim e seja lugar de Deus.

Obrigada.

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