quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

30 de Novembro

A felicidade... incessantemente ao meu alcance

"O que mina e envenena, geralmente, a nossa felicidade, é sentir tão próximo o fim e o fundo de tudo o que nos atrai: sofrimento das separações e da usura, - angústia do tempo que passa, - terror perante a fragilidade dos bens possuídos, - decepção por se chegar tão depressa ao fim do que somos e do que amamos... Para quem descobriu, num Ideal ou numa Causa, o segredo de colaborar e identificar-se, de mais perto ou de mais longe, com o Universo em progresso, todas estas sombras se dissipam. Refluindo - com o fim de as dilatar e as consolidar, e nunca para as diminuir ou destruir - para a alegria de ser e a alegria de amar - a alegria de adorar comporta e traz na sua plenitude uma maravilhosa paz. O objecto que a alimenta é inesgotável, porque se confunde, sempre mais próximo, com a própria consumação do mundo à nossa volta. Escapa, por este modo, a toda a ameaça de morte e corrupção. Enfim, dum modo ou doutro, está incessantemente ao nosso alcance, dado que é a melhor maneira de o alcançarmos é, simplesmente, cada um no seu lugar, fazer aquilo que está ao seu alcance."


in P. Teilhard de Chardin, Sobre a Felicidade Sobre o Amor

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