sábado, 23 de outubro de 2010

23 de Outubro

"Aquele que envelhece e que segue atentamente esse processo poderá observar como, apesar de as forças falharem e as potencialidades deixarem de ser as que eram, a vida pode, até bastante tarde, ano após ano e até ao fim, ainda ser capaz de aumentar e multiplicar a interminável rede das suas relações e interdependências e como, desde que a memória se mantenha desperta, nada daquilo que é transitório e já se passou se perde."

in 'Elogio da Velhice'

Hermann Hesse

2 comentários:

  1. Esse é de facto o meu grande medo: que todas as relações, todas as pessoas que passaram por mim e de quem me lembro com carinho, mas com as quais não posso contactar todos os dias, desapareçam ou deixem de ter sentido. Para que serviriam todos os nossos esforços afinal? Gostei muito :)

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  2. Penso que o "elogio da velhice", ou uma das mensagens por detrás desta citação, tem um pouco a ver com isso.

    No meu ponto de vista, todas as pessoas que passaram por mim e de quem tenho uma grande estima, jamais desaparecerão ou deixarão de fazer sentido porque elas fazem parte de mim, da minha pessoa, do meu ser, da minha história.

    Pessoalmente, gosto de pensar assim.

    Não sei se respondi à tua questão. Percebo o teu ponto de vista e compartilho, em parte, o teu medo...mas como leste..."desde que a memória se desperta" nada é transitório nada se perde. Por isso, se me permites, não tenhas medo! Mais do que um "elogio à velhice", é um "elogio ao vida"!

    TP

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