quinta-feira, 11 de março de 2010

11 de Março

Um dia desta semana um amigo meu disse-me esta coisa fantástica "Confiar no outro é devolver-lhe a identidade". Fiquei o resto da semana a pensar nisto. O que é ter identidade? É saber-me indivíduo, que existo e que tenho valor como pessoa. E confiar é acreditar sem ver. Confiar no outro é acreditar que da outra pessoa vêm coisas boas, que é um ser com valor e merecedor de tudo o que há de bom. Confiar é, creio, valorizar. Então eu pensei que, à luz desta frase, a forma prática de amar o outro é confiar nele, mesmo que não tenha razões palpáveis, humanas, mesmo que ainda não sinta que ele merece a minha confiança. Porque, pela lógica contida nesta frase deste meu amigo, confiar é entregar sem que o outro me dê provas que merece, dar gratuitamente o meu amor sem razões palpáveis para isso que não a fé de que o outro, quem quer que ele seja, é merecedor desse amor só por existir. No fundo é agir com todas as pessoas como o faço com aqueles que me são muito próximos e em quem já confio instintivamente, de quem já não duvido uma única vez que me querem bem.

... dizer-me incansavelmente que tenho valor e que sou capaz e que mereço todo o Amor que existe... pensando bem, não é isso que Deus faz todos os dias comigo?

1 comentário: