quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

4 de Fevereiro

Hoje faz anos um amigo chegado. 20 anos, se não estou em erro. E enquanto caminhava esta manhã para aqui para partilhar algo acerca de Deus que tenha tocado a minha semana o aniversário dele surgiu-me vezes sem conta na cabeça... e no entretanto eu percebi porquê.

O Diogo é um rapaz que eu conheci quando eu tinha talvez dezanove anos e ele talvez dezasseis. Acho que o primeiro sítio de onde me lembro dele é do Conservatório de Música, das aulas de Formação Musical nas quais fomos colegas de turma - e no sétimo grau, de carteira -, mas o local onde mais memórias tenho dele é o CUMN. A nossa partilha foi crescendo e com ela a nossa amizade, e com o tempo tornámo-nos muito próximos.

Mas o tempo dá lugar a muita coisa, e com o passar dele descobrimos também que não somos minimamente parecidos, em nada. Nem em maneira de ser, nem em objectivos de vida, nem em maneira de ver e abordar o mundo. E, ambos o sabemos, o potencial de nos irritarmos um ao outro - potencial já por diversas vezes confirmado - é enorme. Se esta relação fosse apenas uma relação normal, no meio de tanta falta natural de capacidade de entendimento mútuo e tanta falha de comunicação já não seríamos amigos há muito tempo. E ambos já falámos sobre isto e sorrimos um para o outro com amizade... por sabermos que o que nos une é algo bem diferente. O que nos une é a vontade de olhar um para o outro com os olhos de Deus, vontade essa que nos faz tentarmos sempre e repetidamente irmos de encontro um ao outro na procura do que Deus vê em cada um de nós. E uma amizade que, sem Deus, se calhar não seria amizade, com Deus é uma experiência de encontros repetidos de duas pessoas que de todo não têm nada que mundanamente se encontre.

Olhando para todas as minhas amizades, esta é aquela em que tenho mais dificuldades e, retrospectivamente, aquela que tenha levado mais à oração. Paralelamente, é também aquela que me dá mais sentimento de paz e gratificação nos momentos em que eu e o Diogo nos entendemos. Se hoje de manhã caminhei para aqui para tentar falar um pouco de Deus a partir da minha experiência, a razão porque o Diogo foi o pensamento recorrente é porque não consigo lembrar-me de nenhum exemplo mais claro da acção de Deus na minha vida do que esta relação. E por isto tudo quero hoje dar graças: pelo Diogo e pela vida dele, e pela graça de ter na minha vida este amigo que me desafia e desinstala e me tem mostrado vezes sem conta que, com Deus, as coisas mais improváveis são possíveis.

RCC

Sem comentários:

Enviar um comentário